segunda-feira, 22 de julho de 2013

OMS CONFIRMA RELAÇÃO ENTRE AÇÚCAR E OBESIDADE E VAI DIVULGAR NOVAS MEDIDAS

[interpolações de Fernando entre colchetes]

Jamil Chade
Estadão - 05/06/2013

GENEBRA - A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirma a relação entre o consumo de açúcar e obesidade e vai divulgar, em julho, medidas que espera que governos adotem para reduzir a incidência do problema que já afeta 43 milhões de crianças de menos de 5 anos pelo mundo... [Nos casos mais graves como no Brooklin a obesidade somada com o sobrepeso já afeta 70% da populaçao]... O que mais impressiona a entidade é que 75% dessas crianças obesas ou fora do peso estão em países em desenvolvimento, um número que poderá aumentar de forma exponencial até 2020. O tema promete ser polêmico, já que nos últimos dez anos governos como o do Brasil e outros exportadores de açúcar fizeram de tudo para frear qualquer iniciativa da OMS em relação ao consumo de açúcar, alegando que essa não seria a forma de lidar com a obesidade.

[Conto a história dessa ação do lobby dos traficantes de açúcar no meus: "O livro negro do açúcar", pdf grátis e a versão nas livrarias "Açúcar o perigo doce"]

Em 2002, a entidade apresentou um primeiro estudo, sugerindo que seria benéfico a redução do consumo de açúcar, principalmente para as crianças. A RECOMENDAÇÃO ERA DE QUE UM LIMITE DE 10% FOSSE IMPOSTO NO CONSUMO DE AÇÚCAR, no total de energia consumida em média por uma pessoa...

[Está um pouco confusa a redação desse último parágrafo, a OMS propõe um TETO de 10% para o consumo de açúcar em relação às calorias totais diárias ingeridas por uma pessoa. Para ficar bem claro trata-se de AÇÚCAR DE CANA adicionado em relação às calorias totais que incluem calorias de gorduras, proteínas e açúcares naturais]...

A medida foi duramente atacada por lobbies de empresas do setor e contou com a ajuda do governo brasileiro. Diante da pressão, a OMS abandonou seu projeto por anos e passou a atacar a obesidade por outras dimensões.

Agora, a OMS quer usar uma estratégia científica para fazer avançar uma vez mais a agenda. Em dezembro de 2012, um primeiro artigo científico foi publicado em conjunto pela OMS e pelo British Medical Journal. A constatação foi de que existia de fato uma correlação entre uma pessoa acima do peso, obesidade e o consumo de açúcar daquele indivíduo. "Claro que existem outros fatores na dieta alimentar de uma pessoa", explicou Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição da OMS. "Mas a correlação ficou clara", disse.

Tema controvertido

O próximo passo será o de usar esse estudo científico para justamente justificar uma série de recomendações que serão colocadas para o debate em julho pela OMS. Segundo Branca, as propostas vão desde retirar de escolas a venda de refrigerantes – substituindo a bebida por água – até a elevação de impostos sobre certos produtos considerados como tendo uma taxa de açúcar elevada. "Isso já ocorre na Suécia e na Hungria", destacou o especialista. Mas ele mesmo admite que o tema é "controvertido"...
[Cesar Maia quando foi prefeito do Rio de Janeiro publicou um decreto proibindo a venda de guloseimas nas escolas públicas e até a propaganda delas nos arredores das escolas]

Ele [Francesco Branca] admite que existe um "lobby" por parte de um grupo de países...

[São os traficantes internacionais de açúcar os Estados Unidos, o Brasil e os puxa-sacos Ilhas Maurício, Suazilândia, Paquistão e Filipinas. Cuba, envergonhada, deu um apoio de bastidores]...

Mas insiste em apontar para a gravidade do assunto. Na quarta-feira, 5, na apresentação de um novo informe ao lado da publicação inglesa Lancet, a OMS deixou claro que teme que países emergentes que estejam passando por uma fase de crescimento estão se descuidando da questão da obesidade.

A OMS não nega a dificuldade que enfrentam países que ao mesmo tempo contam com uma forte população de famintos e um problema cada vez maior de obesidade. Nos países ricos, 14% da população é considerada obesa ou fora do peso. Na América Latina e na África, essa taxa é ainda de 7%. Mas é a expansão no número de casos que assusta a OMS. "Em países emergentes que estão crescendo, estamos vendo uma transformação no sistema alimentar e nos hábitos e isso está tendo um impacto", insistiu. O que também pesa é que, entre camadas da população com uma renda mais baixa, há uma clara opção por alimentos com forte dose de energia, mas nem sempre adequada. Isso também estaria criando a situação de países que ao mesmo tempo precisam lidar com a fome e a obesidade, numa mesma sociedade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário